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sábado, 19 de março de 2011

Um Engenheiro Civil

Foi na faculdade de Engenharia Civil que Gonçalo Andrade e Sousa sentiu que estava no caminho certo. Com um período de adaptação relativamente longo, por vezes até desgastante, hoje este aluno do 3º ano do Instituto Superior Técnico de Lisboa está confiante em relação ao seu futuro, demonstrando-se orgulhoso por poder frequentar uma faculdade tão prestigiada e bem preparada para formar Engenheiros competentes como é o Técnico. A bagagem que levam daqui é grande. A fasquia que lhes impõem é, também, por isso, bastante elevada...

GCB. - Acontece-te muitas vezes não ires a uma aula para ficar em casa a estudar para uma cadeira?
GAS. - Hoje em dia já não faço isso...
No primeiro ano, declaradamente, achava que havia cadeiras que não valia a pena frequentar. Preferia ficar em casa a estudar, pelos livros. Hoje em dia prefiro ir às aulas. Ao fim ao cabo, reduz-me o tempo de estudo...

GCB. -  A carga horária é exageradamente pesada? 
GAS. - A carga horária não é pesadíssima. O volume de estudo é que é enorme. Chega a ser, em casa, igual ao tempo que gasto na faculdade. Ou seja, imagina que tenho quatro a cinco horas de aulas por dia, à tarde. Depois em casa, estudo mais duas ou três horas ainda nesse dia. Aliás, eu até prefiro este horário de tarde, porque consigo estudar muito mais à noite do que durante dia. Rende-me bastante mais estudar a essas horas.



GCB. - E o grau de dificuldade do IST é também enorme?
GAS. - Não é enorme... O curso, em si, é difícil. Há cadeiras com um grau de dificuldade enorme, mas depois há cadeiras menos difíceis. Portanto, em média, o grau de dificuldade é difícil.

GCB. - Qual foi o ano mais difícil até agora?
GAS. - Em termos de cadeiras foi o segundo. Deixei seis cadeiras nesse ano. Mesmo assim, ainda tive de passar a quatro cadeiras de 1º ano...
Este 3º ano "arrumei" tudo o que estava para trás dos primeiros semestres e fiz mais duas cadeiras de 3º ano.


GCB. - E como é que foi a adaptação ao primeiro ano de Faculade?
GAS. - Acabei com 16.6 valores no Colégio para entrar em Engenharia. Quando cheguei ao Técnico, o choque foi grande. É uma realidade totalmente diferente. Muito mais exigente. Se bem que o primeiro semestre do 1º ano me tenha corrido relativamente bem. Mas, manter esse ritmo de estudo... Isso é que se torna mais difícil...!

GCB. - E depois o 2ºano...?
GAS. - Mesmo em termos de material leccionado, o 2º ano foi o mais difícil...
No primeiro ano recebem-se as bases, mas no segundo sentimo-nos a entrar no "ex-libris" da dificuldade...

GCB. - Qual a tua cadeira preferida até agora?
GAS. - Resistência dos materiais, do 2º ano. Já a chumbei mas estou a repetir agora. É a cadeira que se associa mais ao curso em si.

GCB. - Fala-nos um bocado dessa disciplina...
GAS. - Começa-se por consolidar as bases de mecânica, ou seja, análise de corpos rígidos, as acções das forças sobre os corpos estáticos, e depois introduz-se a análise de estruturas. Ou seja, aprendes tudo sobre compressões e tracções, observas os comportamentos dos materais e acabas a estudar flexão de vigas.


GCB. - Em relação aos dias de aulas, perdes muitas vezes a noção da semana, ou vais-te situando consoante as cadeiras que vais tendo durante os dias?

GAS. - As minhas semanas não são muito "rotineiras". Têm uma certa dînâmica.... Há dias em que eu falto a uma ou duas aulas e, se calhar, no dia a a seguir já compensei a falta com uma aula de dúvidas.

GCB. - E tens aulas de dúvidas sempre que precisas?
GAS. - As aulas de dúvidas são estipuladas pelos professores. No início do ano, eles estipulam aulas teóricas, práticas, aulas de dúvidas, etc... Fora disso, são quase incontactáveis. Talvez por isso é que estipulam tudo logo no princípio...



GCB. - Fora da tua vida no Técnico, quais são, então as tuas principais distracções?
GAS. - Basicamente aproveito para jogar futebol e sair à noite... Mas também não fixo, por exemplo, a Sexta-feira ou Sábado para ir sair. Já passei essa fase, acho eu...!

GCB. - Agora vejamos em tom de "previsões para o futuro"... Sentes que estás a adquirir as bases necessárias para ser um bom engenheiro civil?
GAS. - É engraçado que eu não consigo dizer com toda a certeza que sim, mas pela reputação que o IST tem, e até pela dose "industrial" de material teórico que recebes 'da coisa', tenho quase a certeza de que vou mais do que bem preparado. A ideia que eu tenho sempre é de que tu precisas sempre de saber "x", mas no IST ensinam-te "x mais 100"; e tu, para saberes o "x mais 100" tens pelo menos de saber esse "x" muito, muito bem...

GCB. - É essa a prioridade dos professores?
GAS. - Sim, sim... Por exemplo, nesta cadeira de Resistência dos Materiais tens Resistência dos Materiais I, Resistência dos Mateirais II e acabas com uma parte de Análise de Estruturas, que é um "pegar em tudo" e aplicar para dentro de uma estrutura. Agora, o "tudo" que vem para trás implica um conhecimento dos comportamentos dos mateirais enorme. Ou seja, estudamos exaustivamente todas as possíveis situações e desafios desta profissão. Mas imagino que, na realidade, e enquanto engenheiro, provavelmente não terei de aplicar metade das coisas que aprendi.

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